Sabemos que a humanidade vive, ciclicamente, períodos de grandes revoluções e revoltas - tanto internas quanto externas. Em cada período histórico-social encontramos um motivo que predomina e é justificado por suas variadas lideranças e milhões de liderados. Até aí, tudo igual e bastante previsível quando observamos a breve linha de tempo da evolução humana.
O questionamento que proponho neste momento não é sobre Como desdobramos e tratamos as revoluções e revoltas humanas, mas o Motivo mais profundo de sua existência. Sem a intenção de ser definitivo ou preciso, mas apenas identificando alguns pontos de grande notoriedade na sociedade mundial atual, proponho observamos a nossa dificuldade em manter Diálogos saudáveis, a influência silenciosa dos Medos individuais - que se tornam coletivos, e como a Fúria diária - resultante da nossa incapacidade de diluir ou silenciar os nossos medos - faz com que um ciclo de Dificuldade de Relacionamento e pouca Evolução Individual se perpetue indefinidamente. Alguns pontos para refletirmos: 1- Em um Diálogo saudável, precisamos ser capazes de divergir para, talvez, convergir (não obrigatoriamente). Quando uma opinião é tratada como o único ponto de vista correto, e não aceita outras (por mais diferentes que sejam), acabamos com a troca de ideias e tudo se torna uma disputa para estabelecer uma predominância corroborada (um forte viés de confirmação, que é uma poderosa e profunda ilusão de heurística neuronal no nível do pensamento não reflexivo -> inconsciente). 2- Quando os Medos inconscientes definem a própria personalidade vigente, nossa realidade pessoal reforça e alimenta os medos novamente. Toda mudança com alguma chance de tornar-se uma habilidade ou uma competência, no mínimo, envolve o pensar - um profundo refletir. Sem participarmos, efetivamente, do nosso próprio processo de ampliação da consciência (sobre qualquer tema e os nossos próprios medos), limitamo-nos a repetir comportamentos e ideias… e assim, a nossa própria vida se torna um loop com os mesmos medos, ansiedades, desejos e necessidades de sempre. 3- A Fúria pode ter sinônimos atenuantes e inúmeras justificativas individuais, mas sempre nos levará a trilhar caminhos menos coerentes com a natureza humana e pouco harmoniosos socialmente. A cólera diária, muitas vezes, também é estimulada e disparada pela nossa frustração de não alcançar objetivos extrínsecos e pela busca humana e incessante por micro-recompensas instantâneas e superficiais. Pensar, escrever, falar e agir sob a influência do fúria, apenas fortalece ainda mais os nossos medos e nos torna cada vez mais frágeis emocionalmente. Seguimos em uma auto sabotagem e com o reforço de comportamentos que não desejamos, mas não conseguimos evitar, tais como fumar, brigar, beber muito, comer muito etc. Esses hábitos, no dia a dia, são silenciosamente estimulados e justificados em nossa mente pela fúria interna derivada da sensação de fracasso e a eterna busca por coerência com a pessoa que entendemos que “somos”. Nesse ciclo de fúria interna, encontramos as mais variadas e “irrefutáveis” desculpas para continuar fazendo o mesmo que sempre fizemos… e ao final, pensamos: eu sou assim mesmo. Sei que você, eu, e muitos mais, ambicionamos uma vida plena e mais feliz. Seguir a fúria, o medo e a intolerância no diálogo nos leva ao caminho oposto. Se apenas propagarmos opiniões incendiárias, mais adiante, apenas cinzas restarão. Precisamos - urgentemente - pensar, difundir e praticar ideias e ações construtivas. Precisamos fazer a nossa parte na mudança real, de dentro para fora, com mais consciência e mais abrangência. Uma mudança que busca mais coerência nas ações em direção à uma vida interna e externamente mais harmônica. Pensamentos e movimentos extremistas (em qualquer direção ideológica) não acreditam em equilíbrio, arrependimento, evolução ou redenção, apostam suas fichas na exclusão dos diferentes e eliminação dos opostos. Nós, seres humanos, precisamos de ajuda para evoluir, não de eutanásia. Sei que o caminho é repleto de desafios individuais e cada um sabe melhor sobre seus próprios medos e bloqueios. Comecei minha jornada intencionalmente há alguns anos e vivo diariamente as tentações de voltar para o meu antigo eu. Porém, já percebo que cada vez mais me desinteresso por fazer parte de conversas norteadas por verdades cartesianas e absolutas. Cada vez mais busco cercar-me de temas mais alinhados com as mudanças que estou promovendo em mim mesmo. Esses temas, ainda novos em meu dia a dia, se coadunam com pensamentos e intenções de espectro mais amplo e com alguma densidade intelectual. Se eu pudesse dar um conselho para alguém sobre essa jornada, diria: Não dedique seu tempo, foco e energia para ouvir, ler ou falar sobre “coisas e ruídos” que não estão alinhados com a personalidade e a vida que você intenciona viver. Invista em absorver e desenvolver pensamentos e ideias mais positivas e construtivas. Espero que em algum momento a intenção contida nesta minha mensagem seja compreendida. Estarei à disposição. Um grande abraço e que todos encontrem um caminho de paz para a própria harmonia. Lembremo-nos: Do outro lado do medo é que encontramos a vida. Namastê e até breve! Gart Capote [versão 2023] ;)
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