Governo digital, uberização de serviços, economia circular, servicilização de bens de consumo e várias outras transformações disruptivas. Qual o papel do profissional líder nesses cenários e como se preparar?
Antes de começar a responder, acredito que seja igualmente interessante explicar o motivo deste post. Recebo centenas de e-mails todas as semanas e muitos desses e-mails tratam de um tema bastante recorrente na vida dos profissionais de processos. “Quais as habilidades necessárias para que o profissional de processos possa ajudar as organizações nessa era de mudanças, com jornadas tão dinâmicas, de cobranças cada vez maiores, competição extrema e escassez de recursos.” A questão é complexa e a resposta precisa ser direta – sem rodeios. Porém, com um aviso desde já. Não espere uma lista definitiva. Não fique triste se algo que você acha importante não está listado. Em outros artigos trataremos de mais itens. Fique à vontade para sugerir nos comentários. Isso vai enriquecer a leitura de todos. Sendo assim, achei por bem compilar uma série de informações relevantes sobre as responsabilidades, habilidades e ações que os colegas de profissão precisam se desafiar, aceitar e agir. Aos amigos CBPPs (Certified Business Process Professional), um breve recado: esse é o nosso maior desafio. Preparem-se! Não gosto de escrever listas do tipo, os cinco maiores isso, os dez mais aquilo, mas para não me estender demais, precisei fazer algo parecido. Então vamos lá. Se tivesse que dar o nome deste artigo com uma abordagem de lista, chamaria de: As oito habilidades técnicas que são transformadoras para todo profissional de modernização e gestão organizacional no século XXI.Sim, eu sei. Ficou longo e brega esse nome, mas é isso mesmo. 1- Lean & 6 Sigma Eliminação de desperdícios e defeitos – tanto no trabalho mais operacional quanto no mais intelectual. 2- Gestão de Projetos Processos estruturados para condução de iniciativas em qualquer nível intelectual de trabalho. 3- Scrum Mais agilidade na entrega de resultados em processos de construção de soluções tecnológicas. 4- Business Case Processos estruturados para gestão eficaz de iniciativas de investimento com apuração de resultados e retorno de investimento. 5- Outside-in & Design Thinking Princípios e métodos para construção de soluções mais aderentes aos valores percebidos e desejados pelos clientes. 6- BPM Disciplina gerencial para promover o alinhamento entre as estratégias organizacionais e a capacidade real de realização. 7- Gamification Utilização racional de elementos de jogos para atração, engajamento e direcionamento de “atores/jogadores” no alcance de objetivos estrategicamente estabelecidos. 8- Jornada do cliente Método para representar as ações do cliente ao longo da jornada externa e, ao mesmo tempo, integrar com os processos internos para evidenciar na organização a sua real capacidade de entrega de valor. Se observarmos com cuidado cada uma das “habilidades” anteriores, perceberemos um fenômeno muito saudável e interessante. Nenhuma dessas habilidades diz que as outras não importam. Pelo contrário, quem estuda e pratica as mesmas, sabe muito bem que todas tem um intuito muito mais agregador do que exclusivista ou “matador”. Isso é muito bom e comprova certo nível de maturidade – mesmo que ainda não exista um consenso universal entre todas elas, seus praticantes conseguem unir os pontos e fazer valer a riqueza dessa biodiversidade de seres, estilos, conhecimentos e práticas. Sendo assim, se você também já se perguntou, ou ouviu de outros colegas, algo como: Vivemos uma obsolescência inevitável? Esgotamos nossa capacidade de ajudar as organizações?Sabiamente, te responderei: Depende! Depende de você. Se você continua ofertando os mesmos produtos e serviços desde o início da década de 2000, a obsolescência e o esgotamento já podem estar bem próximos. A dinâmica que rege o mercado glocal, é a mesma que orienta a nossa necessidade profissional de atualização... Bom, ao menos deveria ser. Nem todos seguem essa mesma linha de pensamento. Se você se pergunta sobre como ajudar – realmente – as organizações nessa década de mudanças exponenciais e transformações disruptivas, a notícia é MUITO boa. Tudo o que precisamos aprender de imediato já está imediatamente disponível. Basta procurar. Sim, as oito habilidades listadas neste artigo, quando conquistadas e adicionadas ao seu portfólio de conhecimentos e experiências, pode ter certeza, irão torná-lo um profissional pronto para atuar e avançar no século XXI. Não estou dizendo que você será capaz apenas de entender e falar sobre o que está acontecendo, é muito mais que isso. Estudando essas habilidades citadas, certamente, será capaz de aplicar os conhecimentos e praticar o que é dito! Meu amigo, esse é o ponto. Saber aplicar. Você é um profissional que precisa apresentar resultados, não somente influenciar e estimular outros. Não estou dizendo que saber se comunicar e gerar empatia sobre o tema não é importante. Seria um contrassenso. Porém, nosso desafio é ainda maior. Precisamos todos os dias e no meio do caos, gerir, convencer, continuar, lutar, aplicar, insistir, motivar, insistir mais uma vez e, ufa, apresentar resultados... Pode acreditar. Essas habilidades são conquistas que você alcançará e utilizará na prática – imediatamente. Todas essas habilidades são ferramentas complementares e essenciais, tanto para a transformação que já vivemos e ainda viveremos, quanto para o enfadonho mundo da realidade operacional desmantelada e sofrida – que assola implacavelmente a maior parte das organizações. Se nesse jogo profissional você precisa definir uma habilidade nesse momento para adicionar ao seu portfolio e melhorar sua capacidade de adequação ao século das mudanças exponenciais, pare, pense e decida: 1- Sou capaz de definir com riqueza de detalhes e muita clareza, quais são as personas dos clientes e, assim, criar experiências excepcionais em suas jornadas? Se for sim sua resposta, você já deve ser bom em Outside-in, jornada do cliente e design thinking. Siga para outra habilidade. 2- Sei muito bem como descobrir e eliminar os mais variados tipos de desperdícios e defeitos nos processos, produtos e serviços das organizações. Verdade? Você deve ser muito bom em Lean e 6 sigma. Siga para outra habilidade. 3- Sempre que estou à frente de uma iniciativa organizacional, sou capaz de conduzir sua realização com maestria e de maneira consistente para entrega de seus resultados. Parabéns. Você é um bom gerente de projetos. Siga para outra habilidade. 4- Nas ações de desenvolvimento de soluções de TI, sou ágil e estruturado ao mesmo tempo, não demoro muito tempo produzindo o que não é essencial para o resultado. Sim? No mínimo, você deve ser bom em Scrum (Agile etc.). Siga para próxima. 5- Quando preciso orientar e comprovar os ganhos dos investimentos organizacionais em novos projetos, produtos, etc., sei exatamente como estruturar as ações e as medições de retorno. Você deve conhecer bem os princípios e processos de Business Case. Siga em frente. 6- Sei diagnosticar e evidenciar problemas em processos interfuncionais com métodos e notações mais adequadas e, além disso, sou capaz de projetar melhorias com automatização de processos e gestão de indicadores de desempenho automatizados e preditivos. Rapaz, você deve ser bom em BPMS, BPMN e boa parte da disciplina de BPM. Siga para outra habilidade complementar. 7- Sei como projetar mecanismos divertidos e capazes de gerar engajamento e atração para produtos, processos, ações, serviços e mudanças. Você já sabe como aplicar a gamificação. Pule uma casa e escolha outra habilidade. ;) Resumidamente, e aproveitando a memória sobre uma palestra recente que realizei, podemos entender que, de acordo com a dinâmica, o cenário atual e as previsões para curto e médio prazo, o profissional de liderança organizacional (processos, projetos, business cases, produtos, gestão, serviços etc.) precisa pluralizar suas habilidades, aptidões e competências. Teremos grandes mudanças nas relações de trabalho e no próprio conceito de trabalhar. Flexibilizações e adaptações são uma realidade iminente e todos já sabemos disso. O profissional precisa ser capaz de agir em diferentes frentes, mesmo se mantendo ainda “especialista” em uma ou outra. Não é uma equação de subtração, é mais provável que seja de soma ou até multiplicação. Não estou sendo profético, apenas trazendo para a nossa rotina essas variáveis que, às vezes, são preenchidas apenas por desconfiança, incômodo e medo. Sabemos que o mercado do medo é algo poderosíssimo e movimenta boa parte do mundo. Não tenho a pretensão de ser uma luz no fim do túnel ou qualquer tipo de guru, mas acho que é meu dever falar para os milhares de colegas e seguidores que me incentivam e fortalecem a cada leitura, compartilhamento e colaboração. Somos muito mais fortes quando unidos pelo mesmo propósito. Nosso propósito é transformar a realidade de nosso país. Sendo assim, falo aqui para CBPPs, PMPs e todos os profissionais que se identificam com as mudanças e habilidades descritas neste artigo. Se tivesse que escolher, escolheria por chamar esses profissionais do século XXI de os novos “RENASCENTISTAS”. Profissionais polivalentes que desenvolvem suas múltiplas habilidades sempre primando pela racionalidade de suas ações, a dignidade do ser humano e o rigor científico na orientação. Força e Fé, Renascentistas! Vamos em frente e até o próximo artigo! Gart Capote
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